segunda-feira, 28 de abril de 2014

A sentir-me enganada (e sem me importar com isso)

Se há coisa que me chateia um bocado, é saber que comprei alguma coisa, e fui enganada. Certas vezes consigo até perceber o empenho do vendedor, cioso por despachar o seu produto, e percebo de caras o empolar de certas características, e até relevo o exagero. E compro se quero, e porque quero. Foi o caso do cão. O nosso cão. 
Já falei aqui que tivemos duas cadelas YorkShire Terrier Toy. Uma, viveu connosco dez anos, acabando por falecer no início deste ano, a outra faleceu precocemente, e viveu apenas connosco dez meses. Em qualquer um dos casos, o desgosto foi grande. Quando decidi trazer outro animal para esta família, em parte  como forma de atenuar um pouco o desgosto dos miúdos, entendemos todos que iriamos manter a raça.
O que aconteceu quando chegámos ao local combinado (um criador de variadíssimas raças), foi diferente. Foi paixão à primeira vista por uma bola de pelo, que soube nesse instante tratar-se de um Sptiz Alemão Anão. Um pouco à minha maneira, que não sou de demorar muito a tomar qualquer tipo decisão no que concerne a aquisições, em cinco minutos decidimos que ao contrário do que havíamos pensado inicialmente, íamos mudar de raça. Um pouco também à minha maneira, foi fácil arranjar um motivo mais que plausível para a mudança da decisão. Assim, não iriamos correr o risco de fazer comparações com as duas falecidas. Os cinco minutos seguintes serviram apenas para fazer uma ou duas perguntas. E se há coisa que não me esqueço, foram dos elogios de rajada que o Sr. Criador fez ao animal, sempre em comparação com as nossas YorkShire.

Assim, esta nossa nova aquisição, o Sptiz, era dotado de uma inteligencia muito superior à do YorkShire. 
Fiquei surpreendida e pensei cá para mim, que o bicho aprendia a falar. É que a nossa falecida, só lhe faltava verbalizar um qualquer pedido. Se por acaso lhe faltava a comida, saltitava a ladrar à volta do recipiente onde guardávamos a mesma. Se lhe faltava a água, arrastava a tigela vazia até aos meus pés. Se queria ir à rua, ladrava junto à porta.
A ver, até hoje, este nosso Schummi (assim se chama), não reclama com fome, e lavava eu o chão no outro dia, quando dei por ele a lamber o belo do mosaico molhado. Achei aquilo estranhíssimo, e achei até que era o Ajax Vinagre que o tinham inspirado para novos desafios de degustação. Depois olhei para a tigela da água, e percebi. E digo, já vi formas mais inteligentes de manisfestar sede. Pedir para ir à rua, é uma miragem no horizonte. Mas uma miragem tão distante, que temo cada vez mais que não se torne real.

Outra característica desta fantástica raça, era o não perder o pelo. Iria perder o pelo entre os quatro e os cinco meses, e depois desta nova pelagem, o assunto ficava arrumado. Gostei disto. Confesso que me agradou, até porque as YorkShire, nunca perderam pelo ( têm cabelo). Estamos agora na fase da queda. E digo, nunca imaginei que assim fosse. São tufos de pelo preto a esvoaçar pela casa, como se estivesse impregnada de cotão. Como se não fosse aspirada há meses (e garanto, ando sempre de aspirador em punho). A ver vamos se esta queda é unica. A ver vamos.

Mas de tudo o que o Sr. Criador me vendeu (sendo que eu tinha já a decisão tomada) e que de facto me fez crer, estar a adquirir a maravilha das maravilhas da raça canídea, foi sem dúvida o facto de este cão, não cheirar a cão. Julgo que nesse instante os meus olhos se devem ter arregalado, e imagino até que cintilaram perante aquela informação. Um cão que não cheira a cão, era o culminar da galinha dos ovos de ouro. Uma verdadeira preciosidade, para o meu nariz tão pouco afoito a cheiros menos agradáveis. E nesse instante, nem quis ouvir mais nada. Três minutos depois saíamos de Schummi debaixo do braço, e eramos a família mais feliz do universo.  
Três meses volvidos, o Schummi faz parte deste reino, como se de um príncipe se tratasse. Mas um príncipe que cheira a cão. Garanto. 

1 comentário:

  1. Ervilha eu tb tenho um york por adopção ( é do namorado) já tem 13 anos e é a coisinha mais chata do universo, e quando era pequeno decidiu fazer uma data de bordados nos moveis da minha sogra e inclusive dos tapetes de pele por ir sempre marcar território ao mesmo sitio, o tapete apodreceu e teve que ser cortado! Mas o cão de sonho do meu homem era um chow chow, e eu lá fui arranjar a bicha e olha depois desta não escolhia mais raça nenhuma no mundo! Fiz uma criação e os donos ficaram todos satisfeitos com as suas novas fofuras ( mesmo vendidos fui uma "criadora" exigente, e escolhi as melhores famílias ) ahaha

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